Empresas de alimento são reprovadas em política socioambiental


Associated British Foods, Kellogg's e General Mills tiveram as piores pontuações, mas todas as empresas avaliadas apresentaram desempenho fraco, segundo realizadores do estudo



Laurent Gillieron, AP
Foto: Laurent Gillieron, AP
Nestlé foi a empresa com melhor desempenho no levantamento, alcançando 54% da pontuação possível
A Oxfam, confederação de 17 organizações que lutam pelo fim da desigualdade e da pobreza em 94 países, conduziu avaliação inédita sobre as políticas de compras de gêneros agrícolas das 10 maiores companhias globais de alimentos. O levantamento Por Trás das Marcas mostrou que todas as empresas tiveram um desempenho fraco. A melhor delas atingiu o meio da escala (54 pontos de 100).

No relatório, a Oxfam avalia compromissos socioambientais de Nestlé, Danone, Coca-Cola, PepsiCo, Unilever, Kellogg's, Mars, Mondelez, General Mills e Associated British Foods. As 10 empresas foram selecionadas por seus faturamentos anuais e posição no ranking Forbes 2000. Estas empresas apresentam um faturamento que equivale a 17% do PIB brasileiro (2011). Associated British Foods (19%), Kellogg's (23%) e General Mills (23%) tiveram as piores pontuações, enquanto Nestlé (54%), Unilever (49%), e Coca-Cola (41%) foram as mais bem avaliadas. 

Foram analisados, com base em informações públicas das próprias companhias, os níveis de transparência quanto à origem das matérias-primas; o alcance de suas políticas para promoção de igualdade de gênero no campo; compartilhamento de riscos com agricultores familiares de sua cadeia de fornecimento; exclusão de fornecedores envolvidos em conflitos por terra, água ou desmatamento; garantia das normas trabalhistas estabelecidas pela Organização Internacional do Trabalho (OIT); e mitigação de emissões de gases de efeito estufa na produção de commodities. O critério de avaliação foi construído pela Oxfam, em consulta com especialistas nesses assuntos. 

Em comunicado, o porta-voz da Por Trás das Marcas no Brasil, Rafael Georges, informou que foi analisado o que as empresas dizem e que o estudo concluiu que, “em nenhum caso, as empresas assumem suas responsabilidades conforme seria necessário”. Para ele, são imprescindíveis avanços tanto nas políticas quanto nas práticas, com transparência, para que a sociedade confie no compromisso das empresas no combate à fome e à desigualdade.

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